Se eu tivesse a força que você pensa que eu tenho, gravaria no metal da minha pele teu desenho( Engenheiros do Hawai)

25 setembro 2012

No ponto do ônibus

Todos os dias ele espera no mesmo ponto no mesmo local no mesmo horário, com a mesma postura, com os mesmos lábios e com os mesmos olhos, todos os dia eu o olho. Todos os dias ele gira o pescoço pra me ver passar na roleta , ele acompanha meus gestos inquietos gerados pela fobia da espera, todos os dias eu o olho. Já criei na minha cabeça diálogos intermináveis, mas todos os dias eu só o olho. Ontem foi diferente,me atrasei,cheguei ele estava lá no mesmo ponto no mesmo local, com a mesma postura, com os mesmos lábios Selados,passei apressadamente mas não me contive, e o olhei,me distrai,perdi o ônibus, na esperança de tentar pegar o ônibus corri e tropecei,pelo chão ficou caderno moedas fitas e coisas de meninas, ele se aproximou com aqueles olhos e aqueles lábios,recolheu metade das coisas pelo chão,e me segurou pela mão, naquele momento meu mundo se apagou por segundos, minhas pernas sofreu tremedeiras múltiplas ,tudo pareceu vivo, tudo pareceu fluido e nada fez sentido, daqueles lábios selados sairão palavras contidas mas de sinceras preocupações,levantei confirmei com a cabeça que eu estava bem, agradeci discretamente e voltei pra minha espera,e o olhei como todos os dias eu o olho sorri de lado e ele se foi , amanhã o verei e será tudo diferente

24 setembro 2012

distancia de mim

Durante muito tempo eu vivi a vida como quem espera, vivi esperando aprovação dos outros, e vivi como os outros gostariam que eu vivesse, tive desejos que escondi para não revelar a minha sede de ser diferente, minha vontade de não ser igual, tive medos que inventei só pra parecer normal, e implantei uma coragem impenetrável, inabalável, só pra não me arriscar,foi tudo programado tudo manipulado eu vivi em outro lado bem diferente do meu. Durante muito tempo eu inventei uma realidade, fiz uma faixada e estampei bem vindo, pode pisar , pode machucar, e lembre-se de cutucar bem fundo a ferida eu aguento pode apertar. As pessoas sempre me davam tapinhas de encorajamento, vá em frente se afunde, mergulhe no seu próprio veneno,eu pulava de cabeça e sem medo ,mas a queda era como quem caía, e quando caía , estava sozinha ninguém me fazia companhia. Durante muito tempo eu sorri meu riso mais desenhado,cantei meu cando mais ensaiado e te disse palavras treinadas por tanto dizer,emplaquei nos seus sucessos ouvindo sua melodia, entrei na sua sintonia, e vivi esperando, deixando tudo por acontecer,em meio essa rotina de fingir que eu era você, e você acreditar que eu era eu,houve palavras socadas na cara, olhares contidos no espaço, não era eu e nem era você. Ontem eu parei respirei fundo uma duas três e quatro veses,peguei uma estrada, provavelmente você não vai me ver,estou criando muinha melodia e já tenho até minha sintonia,portando não se preocupe se eu desaparecer, finalmente eu aprendi a viver em mim e não em você!!!!